Quando se aproximava o final da aula, fosse ela qual fosse, era certo e sabido que a vontade de irmos até ao recreio era enorme!
E porquê?
Simples! Era a hora do divertimento, da liberdade, de troca de certas dúvidas em relação à aula seguinte, principalmente se fosse um teste...
Uma destas noites recordei-me dos vários jogos que nos serviam de divertimento.
Eram tantos e tão diversos!
No passeio que circundava a Escola D.Francisco de Almeida, era normal ver-se no intervalo das aulas, as alunas sentadas no mesmo, duas a duas, frente a frente, tendo no respectivo passeio desenhada, a giz, uma circunferência e no meio da mesma um monte de pedras ou conchas (geralmente "beijinhos" como eram chamados) e cada uma com uma pedra mais pesada na mão.
E era ver lançar a pedra mais pesada ao ar e arrastar de dentro do círculo para fora uma certa quantidade de pedras. De seguida, arremessava-se novamente a pedra ao ar e com uma agilidade só característica de quem já tinha muitas horas de prática, era ver introduzir de novo todas as pedras, menos uma! Esta teria de ficar fora do círculo, caso contrário, perdia-se o jogo e dava-se a vez à parceira.
Depois de conseguirmos esgotar entre ambas todas as pedras que existiam dentro da circunferência, ganhava a que mais pedras ou búzios conservasse em seu poder.
Claro que quando os recreios eram mais longos, nada como a disputa de um jogo de ring, de linha e já nos finais de 1960/61 era "moda" o jogo do paulito, jogo esse que me valeu de prenda de Natal nesse ano, em lugar dos tradicionais presentes tão ambicionados por mim, um pedaço de tronco de madeira de cerca de 45 cms. de comprimento e um mais pequenito de cerca de 20 cms...
Foi uma grande desilusão, mas restou-me uma enorme consolação! Eu era a melhor jogadora do jogo do paulito no Colégio, disso não restavam dúvidas!
Até os rapazes temiam disputar comigo um campeonato tal era a velocidade com que eu manobrava os dois objectos que, diga-se em abono da verdade, quando jogado com dureza, era melhor abandonar a ideia de o apanhar no espaço, pois era quase certo que o mesmo fazia "mossa" a quem o enfrentasse, com a velocidade com que era projectado para o ar!
Eu era uma "dor de cabeça" do saudoso Padre Valente, confesso!
Lena Sousa
01.10.2008
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