domingo, 11 de janeiro de 2009

Dados, informações, experiências do Ensino Técnico em Moçambique... Precisam-se!

----- Original Message -----
From: Ana Paula Pinto
To: colegiopemba@gmail.com
Sent: Sunday, January 11, 2009 3:16 PM
Subject: Ensino em Pemba
Saudações

Chamo-me Paula Pinto, natural de Nampula e professora do ensino secundário. Estive três anos (1999, 2000 e 2001) a leccionar na Escola Industrial e Comercial de Pemba.

A tese do meu Mestrado foi sobre o Ensino Técnico em Moçambique e presentemente estou a fazer o Doutoramento sobre a mesma linha, gostaria de saber se alguém tem dados, informações, experiências.... do ensino técnico em Moçambique.

Se estiverem interessados poderei enviar informações sobre a Escola Industrial e Comercial de Pemba (planta da escola, fotos etc).
Cordiais cumprimentos,

Paula Pinto

O blogue comenta - Obrigado Paula Pinto por seu e.mail. E é claro que estamos interessados em sua amável oferta de informações sobre a Escola Industrial e Comercial de Pemba. A intenção primordial deste blogue é registrar e divulgar tudo o que se refira à História do ensino em Pemba-Cabo Delgado desde os tempos colónia aos dias de hoje. Portanto estamos gratos desde já!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Notícias sobre o ensino em Cabo Delgado

Notícias sobre o ensino em Cabo Delgado.
Educação em Cabo Delgado: Metas de 2008 cumpridas acima dos 100 porcento - segundo o balanço de Antwia Soverano, directora provincial do sector.

Em 2008, a Educação em Cabo Delgado ultrapassou as suas metas na rede e efectivos escolares, conforme diz a directora provincial do sector, Antwia Soverano, numa entrevista que concedeu ao nosso Jornal, esperando que no presente ano volte a repetir-se o mesmo sucesso, que fez com que mais 55 escolas entrassem em funcionamento no ano passado, elevando assim o número de estabelecimentos de ensino para 1094, mais uma escola em relação ao que o plano referente ao período diz respeito.

Maputo, Sábado, 10 de Janeiro de 2009:: Notícias.
Para assegurar o ensino na província, conforme a fonte, haviam sido contratados 796 professores para todos os níveis de ensino, o que correspondeu a uma realização de 100 porcento, salientando ainda que destes apenas 26 não tinham a competente formação psico-pedagógica. Mesmo em termos de alunos matriculados, Cabo Delgado teve uma realização de 92 porcento, por ter conseguido 392.469 alunos dos 424.104 planificados, facto que indica ter havido um crescimento de 8 por cento quando comparado com o que existia em 2007.

“Por outro lado, introduzimos o Ensino Secundário nas sedes distritais de Palma, Nangade, Ancuabe e postos administrativos de Metoro e Miéze. Do mesmo modo, levamos o Ensino Secundário à Distância a cinco distritos, nomeadamente Macomia, Montepuez, Nangade, Chiúre e Pemba-Metuge. Para tanto, tivemos que capacitar 175 professores da oitava classe para a introdução destes programas”, explica Antwia Soverano.

O sector funcionou sob um orçamento de 472.758.140,00Mt, que teve a execução em 111 por cento alegadamente devido a razões que têm a ver com os salários, na componente horas extraordinárias e o segundo turno dos professores. O investimento foi de 28.147.100,00Mt, que teve uma execução na ordem dos 57 por cento, em razão do início tardio dos projectos.

A directora provincial da Educação e Cultura disse que em 2008 o aumento progressivo da relação aluno/professor e aluno/turma, a má conservação do livro propriedade da escola e a falta de equipamento informático em algumas escolas foram alguns dos constrangimentos que urge evitar em 2009, para o que se impõe a contratação de mais professores, prosseguir a sensibilização dos pais e encarregados de educação para a conservação e recolha do livro propriedade da escola, equipar em meios informáticos as escolas deles carentes, em particular as secundárias de Balama e a “Luanda”, em Muidumbe.

Antwia Soverano não anda satisfeita, igualmente, em relação à prestação dos empreiteiros que abraçam as obras do seu sector, e pensa aplicar medidas que os forcem a cumprir com os prazos e sugerir aos governos distritais para apostarem nas comunidades. Na verdade, desde 2005 que os projectos de construção de escolas conhecem revezes impostos pelos empreiteiros. Na altura, projectavam-se salas de aulas nos distritos de Pemba-Metuge, Ancuabe e Chiúre, em que só esta última conseguiu concluir em 2006, para um ano depois ser a vez dos outros, mais Mecúfi. Não foram concluídas as escolas de Mahate e Maringanha, na cidade de Pemba, as escolas de Macomia, Quissanga e Nangade, nos distritos dos mesmos nomes, o que obrigou a que, já em 2007, o processo fosse descentralizado para os distritos.

“Mesmo assim encontramos situações em que os mesmos empreiteiros não cumprem com os prazos em alguns distritos e entretanto são elegíveis noutros pontos da província” - lamenta a directora de Educação e Cultura de Cabo Delgado.

Sendo assim, das 199 salas de aulas projectadas estão concluídas 126, sendo que as outras encontram-se a cumprir os aspectos burocráticos que, infelizmente, ainda emperram na Função Pública.
- Notícias - 10.02.200
Lena Vilas Boas Sousa.

Escolas de Pemba recebem livro gratuito

Escolas de Pemba recebem livro gratuito.

As escolas da cidade de Pemba receberam, quinta-feira, o livro de distribuição gratuita.

Maputo, Sábado, 10 de Janeiro de 2009:: Notícias
A garantia foi dada pela directora da Educação e Cultura da Cidade de Pemba, Cristina Manuel, que, segundo adiantou, foi contratada uma empresa nacional vocacionada na distribuição de material escolar.

Entretanto, Cristina Manuel apelou aos pais e encarregados de educação a afluírem às escolas a fim de matricular os seus educandos no período previsto.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Associação Mozambique Matters, TIOS, os orfãos de Moçambique... e "três coisinhas"!

Tentando multiplicar solidariedade, transcrevo por sugestão: "Enviaram-me este mail e julgo que este pedido poderá interessar a todos que querem apoiar a causa da educação em Moçambique. Se entender postar nos blogs, deixo ao seu critério." - M. P.

Mozambique Matters- é importante !!!

Olá a todos,
Tenho uma amiga, a Mariana que está responsavel por um projecto de solidariedade em Moçambique da Associação Mozambique Matters, com o nome de TIOS ("T"- stands for training, "I"-stands for international, "O"-stands for orphans and "S"-for survival, Treinamento Internacional de Orfaos e a sua Sobrevivência).

A Mariana está então encarregue de tentar fazer chegar a Mocambique todo o material necessário para a sustentabilidade e sobrevivência destes orfãos.

Outro dia ela pediu se lhe podia arranjar umas agulhas para enviar para uma das escolas da Mozambique Matters.

Disse lhe que sim, ajudava com todo o gosto, mas pensei que eu sózinho em pouco podia ajudar a que a situação mudasse. Lembrei me entãao de mandar um e.mail a todos os meus amigos e família a pedir uma ajudinha, pois se nós todos dermos um bocadinho se calhar já se nota.

O material que faz mais falta nestas "escolas de sobrevivência" é:

  • - Agulhas de coser ou bordar;
  • - Pincéis;
  • - Tinta Acrílica.

Afinal apenas estas três coisinhas!

Esta Associação como devem esperar tem mais projectos e mais pontos de acção, se quiserem e tiverem curiosidade podem ver todo o seu trabalho no site Mozambique Matters. Aqui pode-se ver também o projecto para o qual ela nos pede ajuda.

Vamos tentar ajudar nestas três coisinhas. Deixo aqui em baixo o nome, número e e.mail da Mariana para que lhe possamos enviar o material que ela fará chegar a Moçambique.

MUITO OBRIGADO! - Francisco Gomes da Costa e Eduardo.

E eu acrecento: Através dessas "três coizinhas" simples mas importantes, quem sabe possamos sentir que a vida não é só violência, guerra... E consigamos "contaminar" este ano de 2009 que agora se ínicia, com alguma paz de espírito e alegria, oferecendo bondade para com os filhos do infortúnio em Moçambique...? Quem sabe?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Imagens de João Pessoa - Estado da Paraíba - Brasil.

(Clique na imagem para ampliar)
Só para reviver a Paraíba deste Brasil - Imagem da foz do Rio Paraíba em João Pessoa, de autoria de Júlio Ribeiro - antigo estudante em Porto Amélia/Pemba residente em Mecúfi à época colonial!.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

PARA A HISTÓRIA DO ENSINO EM MOÇAMBIQUE


ESCOLAS E ALUNOS DE CABO DELGADO HÁ 150 ANOS:
MATÉRIAS, FREQUÊNCIA, APROVEITAMENTO E PROBLEMAS

Por Carlos Lopes Bento(1)

I I PARTE

Relação dos alunos matriculados e não matriculados, relativos ao ano de 1858(a):

Nomes/Naturalidade/Anos:

José da Silva Calheiros/Ibo/14
António Baptista de Morais/Memba/14
Francisco) Diogo Baptista/Querimba/14
Francisco Luciano de Sousa/Ibo/14
Sefo Bun Falume/Quissanga/15
António Francisco Pereira/Ibo/14
António João de Sousa/Ibo/11
Jorge da Silva Resende/Mocimboa/12
Abu Bacar Sadique/Quissanga/14
João Barros Coelho/Ibo/9
José Barros Coelho/Ibo/8(b)
Luís Maria Dias/Ibo/9
Francisco José Romão/Ibo/8
Pantaleão José Pinheiro/Ibo/7
Francisco Domingos Baptista/Ibo/13
Luís Vicente Dias/Mocimboa/13
Agostinho Ferreira Soares/Ibo/15
Domingos Lopes de Sousa/Ibo/13
João Barros Coelho/Ibo/9
António José Baptista/Ibo/6
Constantino Guedes/Ibo/6
António Augusto Resende/Ibo/9
João Caetano Resende/Ibo/5
Miguel Coelho Pereira/Ibo/16
Francisco da Costa Portugal/Ibo/13
Luís João de Sousa/Ibo/6
Josefa de Lima Valente/Ibo/8
Joaquina de Lima Valente/Ibo/6
João da Silva Teixeira/Ibo/11
Manuel do Sacramento Lisboa/Ibo/6
Miguel de Sousa/Ibo/12
Domingos Luís do Rosário/Ibo/15
Inácio Ferreira Soares/Ibo/14
Rajabo Abdalá/Ibo/15
Domingos José Bernardo/Ibo/11
Esmeralda Martins/Ibo/8
Marcos José/Ibo/10
José de Brito/Ibo/10

Alunos não matriculados:

António José Coelho/Ibo/12
Luís de Brito/Memba/8
Agostinho João Resende/Ibo/15
Augusto Resende Soares/Ibo/11
Francisco Carvalho de Menezes/Ibo/12
Mendo António de Lima/Ibo/11
Bernardino da Costa Portugal/Ibo/12.
_________________________________
(a)- Os dados apresentados foram extraídos do Mapa acima referenciado
(b)- Tem a indicação de Falecido.
___________________________________

Quanto às naturalidades destes alunos constata-se, segundo a dita Relação, a seguinte distribuição geográfica:

- Vila do Ibo........................................................38
- Povoação da ilha de Querimba....................... 1
- Povoação de Quissanga................................... 2
- Povoação de Memba.........................................2
- Povoação de Mocimboa....................................2

Com a excepção de 7 provenientes da ilha de Querimba, Quissanga e Memba, povoações próximas da ilha do Ibo e de Mocimboa mais a Norte, a grande maioria dos alunos, 38, eram naturais da ilha do Ibo.
Em virtude de a escola para meninas estar encerrada, pelos motivos acima apontados, vamos encontrar três raparigas matriculadas na escola masculina: todas naturais do Ibo, duas, com 8 anos e, uma, com 6.

No que toca à idade, que variava entre os 5 e 16 anos, a sua distribuição:

5 anos......................................................... 1
6 anos..........................................................5
7 anos..........................................................1
8 anos..........................................................5
9 anos..........................................................4
10 anos........................................................2
11 anos........................................................5
12 anos........................................................5
13 anos........................................................5
14 anos........................................................7
15 anos........................................................4
16 anos........................................................1

Mostram estas frequências que quase 50% dos alunos tinha 12 ou mais anos.

No que se refere à religião a informação dada pelo Governador Romero: “N.B.- Os alunos uns são cristãos, outros mouros e um só escravo cristão.”.
Pela estrutura dos nomes dos alunos constantes da relação supra é fácil deduzir estarem matriculados apenas três alunos que eram denominados mouros, isto é, que professavam a religião islâmica: um natural do Ibo e dois de Quissanga, povoação onde predominava aquela religião.

Para além da naturalidade, da idade e da religião, eram considerados, ainda, na escola pública de instrução primária do Ibo, a aplicação, a frequência e as notas das lições dos alunos.

Na aplicação estavam incluídas as seguintes matérias escolares:

-ABC
-Sílabas e seus exercícios
-Leitura de letra redonda
-Leitura de manuscritos
-Gramática portuguesa
-História de Portugal.

Relativamente ao comportamento, os alunos foram classificados de:

- Bom........ 44
- Mau........... 1

A frequência às aulas constituía um dos principais problemas que afectava o aproveitamentos dos alunos, sendo estes classificados em duas categorias:

Frequente e Não é frequente.

Da análise da citada Relação podemos deduzir que: 34 alunos frequentavam as aulas regularmente, contra 10 que faltavam normalmente. Aqui estavam incluídas as 3 raparigas.

Segundo J. Romero: “Alguns não frequentam a escola por motivo justificado e outros porque os seus maiores não sabendo dar o devido apreço à instrução, deixam-nos divagar. As faltas constantes e a falta de livros próprios é a causa de haver atraso do adiantamento dos mesmos. A câmara Municipal dá doze mil réis anuais para serem distribuídos pelos referidos alunos da classe proletária, em penas, papel e tinta, o que muito concorrem para não ficarem sem lição.”

As notas dadas nas lições eram variáveis e tinham como classificação:

-Bom.........................................4
-Suficiente..............................12
-Regular...................................8
-Sofrível...................................2
-Mediocre................................5
-Insignificante........................3
-Sem nota...............................11

Neste tempo, a Escola Primária da Vila do Ibo, estava a cargo do professor José Vitorino Alexandre de Brito, nomeado professor da 1ª classe de I. P. da vila do Ibo, pela Portaria nº 674 de 4.8.857. Também desempenhou as funções de Juiz Ordinário e de Presidente da Câmara da Vila do Ibo.

Segundo informação fornecida por este docente, foram matriculados no tempo respectivo e fora dele, na Aula de Instrução Primária da Vila do Ibo, nos anos 1857, 1858 e 1859:

ANOS Nº DE ALUNOS MATRICULADOS:
1857 .................................46
1858................................. 45
1859.................................. 44


"N.B. Os alunos que frequentam a Aula são, todos os anos, 30 a 35 com regularidade. No tempo da colheita do milho poucos aparecem: os seus maiores que não sabem dar apreço à instrução, deixa-os alardear."

Os habitantes da Vila do Ibo, para além desta Escola de Instrução Primária, ainda, podiam mandar os seus filhos para a Escola Principal de Instrução Primária da Província de Moçambique, que, então, ministrava um ensino de nível mais elevado, frequentado não só por moçambicanos da sua Capital e dos seus principais Portos da Costa, como também por alunos provenientes de outras cidades da África Oriental e da Ásia.
Dada a sua importância socioeconómica e cultural no contexto da sociedade moçambicana e tendo em consideração o papel que desempenhou na época, merece que sejam divulgados os seus principais traços.

(1)- Prof. Univ. e Antropólogo.
(CONTINUA)

sábado, 20 de dezembro de 2008

BOM NATAL

(Imagem original daqui)
Para todas/os os antigos colegas/alunos e professores do Colégio Liceal de São Paulo, os desejos de um Santo e Feliz Natal, na companhia de todos os vossos familiares. Que o Novo Ano nos traga, Paz, Saúde e Felicidade, é o que desejo para mim e para todos vós!

O Natal para mim não é indiferente mas devido à minha infância e adolescência, sempre separada de alguns entes muito queridos, pouco significa; desde que tive filhos claro que significa muito mais, mas é mais uma data a festejar com todo o respeito pelo Deus-Menino!

Tento fazer um Natal todos os dias, ou quase...

Festejem e sejam felizes!

Feliz Natal!

Beijos da
Leonor B.

P.S. - Que o Novo Ano me traga inspiração é o que desejo também para mim, para poder escrever aqui os meus poemas!